domingo, março 25, 2012

Wordle: eu carrego seu coração

domingo, abril 03, 2011

Desenhos e eu

Texto para a matéria de Oficina de Produção de Textos descrevendo algum aspecto sobre a infância.


Desenhos


Canais infantis de televisão eram meus melhores amigos. Cartoon Network, Discovery Kids, Warner Channel Kids, a extinta Fox Kids e Nickelodeon formaram boa parte do meu cotidiano. Consigo associar capítulos da minha infância com as suas antigas programações.

No início, a maioria dos desenhos não eram dublados, então eu assistia Paw Paw Bears, Wuzzles e Rainbow Brite em inglês durantes as manhãs. Eu nunca cheguei a compreender por completo do que se tratavam esses desenhos, mas ainda assim me divertia muito acompanhando as imagens. Elas faziam parte do meu café da manhã, antes das aulas de natação. Os mesmo acontecia na programação do Discovery Kids, às vezes em espanhol ou inglês, mas raramente em português. Nunca entendi um episódio sequer do desenho Cro, mas eu o adorava. Eu também apreciava muito os documentários sobre a vida animal, formatados para um público infantil. Por muito tempo, eu soube tudo sobre pandas. Mas isso era durante a semana. Eu costumava fechar a janela da sala de televisão, pois os barulhos das outras crianças brincando na quadra de esportes atrapalhavam o som da TV.

Para os sábados de manhã, o Warner Channel chegou a criar uma das melhores grades infantis da história, começando por Thundercats às seis da manhã e durando até o meio dia, com Freakazoid, Pink e o Cérebro, Histeria, Animaniacs, Tazmania, Tiny Toons, Superman e aquele que entrou por debaixo da minha pele, me causando arrepios e me tornando uma assídua leitora de quadrinhos pelos anos seguintes: Batman, Volume II. Essa animação aliás, chegou a ser transmitida em horários noturnos pelo canal, por ser considerada muito adulta. Eu me lembro disso, por causa de uma sexta feira à noite que eu fui dormir na casa de meus primos, e eu tentei assistir um episódio sobre a Mulher-Gato, mas fui proibida por minha tia, insistente que eu fosse aproveitar a noite e brincar debaixo do bloco daquela quadra da Asa Sul.

Aos meus sete anos, fiz alguns semestres de balé durante as tardes. Eu não era muito boa, mas esquecia disso após as aulas, quando chegava em casa e assistia Bananas Splitz, Josie e as Gatinhas e Scooby Doo ainda de colant e coque na cabeça. Lembro-me de sentar no sofá, com meu corpinho quente e cansando e relaxar diante do canal 24, o antigo número do Cartoon Network, pela extinta TVA.

Quando minha mãe se separou do meu primeiro padrasto, nós nos mudamos para um pequeno apartamento da Asa Norte, bem diferente do quatro quartos no condomínio da Octogonal, no final da Asa Sul. Nessa época, minha maior distração era a animação do Homem Aranha, o principal programa da Fox Kids entre meus nove e dez anos.

Quando conseguimos nos mudamos de novo, começou a era Pokémon. Eu a abracei com a maior força que meus bracinhos magros de 11 anos conseguiam suportar. Esse desenho virou meu Sol, minha estrela guia na escuridão da minha depressiva pré-adolescência. Eu odiava minha escola e meus colegas. Era excluída da brincadeiras, as poucas que haviam, pois vivi em uma geração que buscava com empenho tornar-se precocemente adulta. Não conseguia acompanhar as conversas, nem interagir com as outras meninas, pois meu interesse não se encontrava em garotos, roupas e maquilagem. E eu acredito que o delas também não, não realmente.

Eu acordava de manhã desejando ardente mente morrer, mas então, o pensamento de que às dez e meia da noite, logo depois de A Vaca e o Frango, Pokémon seria transmitido pelo Cartoon Network me acalentava e me ajudava a suportar o longo dia que eu teria pela frente. E quando o desenho começava, eu me sentia segurada no colo e um sopro quente aquecia meu coração. Assim sobrevivi pelos anos seguintes.

Posso dizer com certeza que até meus 14 anos, diferentes desenhos animados tiveram semelhante papel na minha vida. Consoladores, meus companheiros. Hey Arnold, Ginger, Doug, Rugrats, Thonberries e Rocko's Modern Life eram meus favoritos do Nickelodeon. No Cartoon Network, eu conheci as melhores animações japonesas da época: Sakura Card Captors, Samurai X, Dragon Ball Z e Sailor Moon.

Esses títulos, de certa forma, me prepararam para minha plena adolescência. Quando completei 15 anos, me sentia mais forte e segura. Passamos a morar em uma casa melhor, comecei a fazer bons amigos e sentia mais vontade de desligar a TV e sair de casa.

Até hoje eu assisto desenhos animados e acredito que assim será pelo resto de minha vida. Percebi que as pessoas mais alegres, divertidas, extrovertidas e simplesmente felizes, são como eu: conseguem apreciar uma animação como se tivessem cinco anos de idade.

Nós crescemos, mas o melhor de nós permaneceu. O olhar jovem diante da vida.



Na verdade, eu não citei MILHÕES de desenhos, porque tentei me ater aqueles que eu assitia pela TV paga. Mas nossa, Tenchi Muyo, Guerreiras Mágicas de Rayearth, Cavaleiros do Zodíaco, He-Man, She-Ra, Ursinhos Gummy, Smurfs e tantos outros também me marcaram, sabe.

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quarta-feira, novembro 24, 2010

Para a Celina

Eu carrego seu coração comigo (eu o carrego dentro de mim)

Eu carrego seu coração comigo (eu o carrego dentro do meu coração) eu
nunca estou sem ele (aonde quer que eu vá, você vem junto, minha querida; e tudo que faço por mim mesmo é um feito seu, minha amada)
eu temo
não o destino (pois você é meu destino, meu bem) eu não desejo o mundo (pela beleza você é meu mundo, minha verdade)
e é você qual seja o significado da Lua
e é você seja qual for a canção do Sol

Aqui está o profundo segredo que ninguém conhece
( aqui está a raiz da raiz e a origem da origem
E o céu do céu de uma árvore chamada vida; que cresce mais alta que a alma pode esperar ou do que a mente pode esconder)
E isso é o enigma que mantém as estrelas separadas

Eu carrego seu coração (eu o carrego dentro de meu coração)]

E.E Cummings

Fiz essa tradução uns três anos atrás. Gosto muito de poemas em inglês, como podem perceber xD

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terça-feira, agosto 10, 2010

O sonho

Alguns dias depois que eu soube que ela partiria, eu tive um sonho.
Estávamos as duas penduradas em um penhasco por uma corda. Eles seguravam a corda e nós gritávamos. Gritávamos para que eles continuassem segurando.
Eles não tentaram o suficiente. Eu via no rosto de cada um deles que eles não estavam tentando e nós caímos. Eu lembro que no sonho, eu morria.

Na vida real, parte de mim morreu.

Assim que ela for embora, essa parte que cada um de nós tem vai morrer também.

E eu sei que ninguém vai nem tentar me convencer do contrário. Ninguém quer segurar mais essa corda.


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quinta-feira, fevereiro 04, 2010

O Gato Viajante

Este gato possui
a mais aveludada pelugem negra
as pontas são curtas
mas seus bigodes são longos e sinuosos
como as pernas nas quais ele costuma se enroscar.

é um gato viajante
que adormeceu nas escadarias de Praga
subiu nos arranha-céus de Nagoya
brincou nos vagões de trem de Paris
e amou os morros de Brasília.

É um gato que adora música
e afia suas garras
nas cordas de um violão
enquanto entoa seu ronronar sedutor.

O gato viajante
a ninguém pertence
e nada carrega consigo
O mundo é seu jardim particular.

Onde ele persegue seus sonhos
suas borboletas
sobe nas suas árvores
e aprende um pouco mais sobre sua vida.

Esse gato perdeu amores
mas seu amor pelos outros
nunca será esquecido.
o caminho percorrido por ele
até hoje
foi muito grande
e quanto maior o caminho,
maior o amor.

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sexta-feira, setembro 25, 2009

eyes

Without fear or ceremony, she aprochead, leaned her head, looked deep into his eyes and asked:
"Who are you?"
Her friends started to laugh and then they were formally introduced.
Months later, she would ask what was the first thing that he noticed on her when they first met. He would say: "your eyes". She would laugh and call him a liar. He would protest. After all, he had no choice at the time.

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terça-feira, agosto 04, 2009

Final Feliz

sabe o que é? é esse negócio dentro de mim, essa agonia, esse desespero. porque eu acho que enquanto estivermos felizes, estaremos juntos. eu tenho esse medo genuíno de nos separarmos, porque na verdade, já estamos separados. já somos esses indivíduos, com nossas indissiocracias, nossos detalhes. e eu temo tanto o dia que eu ficarei pra trás e que não faremos mais sacrifícios uns pelos os outros e seremos rostos na multidão. porque isso é mais provável de acontecer. Mas existe a outra probabilidade. a de contarmos histórias engraçadas uns nos funerais dos outros e fazermos brindes nos nossos casamentos e termos natais em conjunto para as crianças brincarem. talvez nossos filhos casem entre si.
e quando um de nós sofre, eu me sinto responsável. e quando um de nós está feliz, eu queria me sentir responsável também, mas é mais difícil. e que ódio, meu deus que ódio, quando simplesmente não acontece do jeito que eu imaginava e queria, porque eu sempre tento imaginar o melhor possível.
na realidade, nós nos cansamos rápido. e não somos tão unidos assim não. temos rancores, alguns de nós mal conversam entre si. nós fingimos, fingimos muito.
e eu morro por dentro, porque eu preciso constantemente provar que amo e sou amada.
e ao mesmo tempo, está tudo bem. por enquanto.


This is the way that we love,
Like its forever,
Then live the rest of our life,
But not together

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